O EXPRESSO DA MORTE

>> 15 de set. de 2009


Me lembro com riqueza de detalhes de quando Maurício Costa chegou a Esperantina. No ano de 2001 fui a um festejo no vizinho município de Batalha. Sentado em uma das mesas das muitas barracas armadas no pátio da Igreja fui apresentado a ele, pelo então vice-prefeito daquela cidade.

Maurício Costa disse que havia acabado de chegar de Belo Horizonte onde, segundo ele, era radialista em uma emissora de rádio. Muito tempo depois descobri se tratar de uma mentira. Em Belo Horizonte ele trabalhava como empacotador de um supermercado da periferia.

Naquela noite em que nos conhecemos me contou uma estória triste, daquelas que a gente conta para o carroceiro e, de tão trágica, até a mula se põe a chorar. Disse-me que era filho bastardo do então prefeito de Esperantina - Francisco das Chagas Rebêlo, o "Chagô". Segundo ele (Maurício) sua mãe era uma mulher muito pobre, moradora de uma das fazendas do alcaide e que por ser bonitinha acabou sendo assediada por "Chagô" e engravidado de um filho seu.

Dias depois deste encontro o vi em Esperantina. Maurício me falou que iria lutar com todas as armas para que o pai reconhecesse sua paternidade. Ele mostrava muita ambição pelas fazendas e posses do prefeito e fazendeiro. A seu pedido, apresentei a ele o Dr. Linhares (advogado) que, acreditando na sua lorota, resolveu advogar para o forasteiro misterioso de graça, já que ele só possuia uma moto caindo aos pedaços e uma mochila com algumas poucas peças de roupa.

Com pena do rapaz, deixei que se hospedasse comigo e passei a ajudá-lo na sua alimentação, combustível e manutenção da motocicleta, dando-lhe vez ou outra dinheiro para suas despesas pessoais. Ajudei-o como sempre ajudei a todo mundo. Dizendo-se radialista (no que eu ainda acreditava) levei-o para conhecer o padre da cidade, Ladislau, a quem pedi uma oportunidade para o ele na rádio da paróquia. Ladislau, que sempre gostou de novidades, depois de alguns encontros a sós com o "filho bastardo" do prefeito, deu-lhe um espaço na emissora. Fiquei satisfeito, pois havia conseguido empregar o jovem errante. A seu pedido sugeri o nome do seu primeiro programa de música matinal: EXPRESSO SERTANEJO.

Ao invés de fazer as coisas de forma discreta a fim de preservar e não constranger a família do prefeito, Maurício tratou logo de dar publicidade na mídia do seu processo de reclame de paternidade. Isso foi um escândalo à época e caiu como uma bomba no seio familiar do investigado. O prefeito que já tinha idade bastante avançada e sérios problemas de saúde, teve sua situação agravada, foi internado e, pouco tempo depois, acabou falecendo.

Maurício se desesperou. Não pela morte do suposto pai, mas pela possibilidade de não alcançar seu objetivo - abocanhar uma parte da fortuna do prefeito. Já fazia planos para seu dote e, mesmo sabendo ter sido o grande causador daquela morte, passou por cima da dor da família e do sentimento de revolta que se formou na cidade. Acompanhado de policiais, um oficial de Justiça da época entrou no velório e, na frente de toda a família enlutada e inconsolada, com uma tesoura na mão cortou uma mecha dos cabelos do finado, bem ali, na sala principal, no caixão onde estava sendo velado, sob o olhar e testemunho de uma cidade inteira que amava a figura cativante e amiga de seu prefeito.

Pouco tempo depois o resultado do DNA. Maurício Costa era uma fraude. Sua tentativa de ser filho do prefeito havia fracassado. O exame negativo revelava uma tentativa de golpe frustrada e que acabou tirando a vida de um dos prefeitos mais amados que a história protagonizou.

Maurício Costa continuou seus encontros com o Padre Ladislau, apresentando seu Expresso Sertanejo que, àquela altura já era chamado por todos de "Expresso da Morte".

Hoje, secretário de Cultura do prefeito atual (PT), anda em um carro de luxo, já comprou imóveis, casou com a sobrinha do advogado, foi por muito tempo laranja de um esquema de desvio de recursos das Obras Kolping no Piauí e, atualmente, é alvo de um inquérito na Polícia Civil por estelionato. Pelo que consta, suas vítimas agora são professores, de quem se apossa de documentos, falsifica assinaturas e aplica golpes em telefônicas...

6 comentários:

Anônimo 16/9/09 10:19  

esse maurício é o maior picareta que já deu aqui. Me lembro do professor bernardo secretário de cultura do santolia, andava de bicicleta. Eita governo ladrão esse do PT, ladrão e que nada faz, só destruindo tudo.

Anônimo 16/9/09 11:12  

maurício é tão importante, tão importante q não conseguiu nem voto pra vereador. É um zé ninguém, pois ninguém gosta dele em Esperantina.

Anônimo 17/9/09 10:16  

No seu governo santolia, enquanto o maurício presidia o conselho municipal de saúde ele fazia de tudo para te prejudicar, para não permitir avanços na saúde, só para ficar tagarelando no programa dele coisas contra você. E hoje? Vem nos visitar. A saúde de Esperantina em seu teu era um céu azulzinho perto do inferno de destruição e inoperância que eles desastrosamente conseguiram. Nós enfermeiros e demais servidores reconhecemos em você sua força, sua boa vontade e sobretudo sua liberdade com que nos tratava e nos permitia dar asas à nossa vocação de servir. A cidade inteira comenta seu tempo e seus avanços. Como se diz por ai, só se aprende na dor. Parabéns e que Deus continue de firmando em nossos caminhos. Te amamos!

Anônimo 17/9/09 14:23  

esse maurício é um bosta...

Anônimo 17/9/09 15:27  

O paai dele é um caboclo pobre de Barras. Ele sabe. porque não pediu tb o DNA do pai pobre? Pq não tinha nada pra roubar dele. É da parte do diabo e o inferno espera esse bandido com festa e um caldeirão de enxofre bem grande!

Anônimo 22/10/09 15:22  

Sem falar que ele roubou 60 mil reais da secretaria de cultura enquanto o prefeito era o Dr. Joe, no ano passado. Quer prova? Olhe o extrato da conta que o irmão dele tem no banco Itaú. O irmão dele não tem e nunca teve condições financeiras. Está aí para quem quiser ir atrás...
Bjs Santolia!!!

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